Defendo a inclusão de angolanos da diáspora no Parlamento angolano. A inclusão de angolanos da diáspora no Parlamento tem o potencial de mudar significativamente o panorama político angolano. A diáspora, com as suas experiências diversificadas e visões únicas, tem a possibilidade de transformar e enriquecer o debate político em Angola. Este texto é um teste ao MPLA e a UNITA.
Por Malundo Kudiqueba
Os angolanos que vivem fora do país têm acesso a diferentes sistemas políticos, económicos e sociais, o que lhes proporciona uma visão ampla e diferenciada dos desafios e oportunidades que Angola enfrenta. A sociedade angolana é diversa, composta por pessoas de diferentes origens étnicas, regiões geográficas, faixas etárias, géneros e experiências de vida. A representação no Parlamento deve reflectir essa diversidade para garantir que todas as perspectivas sejam consideradas.
A cada ciclo eleitoral, a discussão sobre a representatividade torna-se mais relevante e urgente. Nas eleições de 2027, acredito que a diáspora angolana deve finalmente ter assento no Parlamento. Assim como todas as províncias têm os seus deputados, é justo e necessário que a diáspora tenha também os seus representantes no Parlamento. Este passo não só reconheceria a importância da diáspora, mas também garantiria que as suas necessidades e aspirações fossem ouvidas e atendidas.
Todos os segmentos da população angolana devem ser representados na casa do povo. Tanto o governo quanto a oposição têm a responsabilidade de garantir que todos os cidadãos, independentemente de onde residam, possam participar plenamente do processo político e ter as suas vozes ouvidas. A inclusão da diáspora no Parlamento é um direito inalienável que deve ser respeitado tanto pelo governo quanto pela oposição.
Garantir que a diáspora tenha representação política é essencial para fortalecer a democracia, promover a justiça social e aproveitar a contribuição valiosa dos angolanos que vivem no exterior. Negar esse direito é uma forma de exclusão que enfraquece a legitimidade do Parlamento e a confiança pública nas instituições políticas. É imperativo que todos os partidos políticos se comprometam com a inclusão e a representatividade, assegurando que o Parlamento reflicta verdadeiramente a diversidade e a riqueza da sociedade angolana.
Numa democracia verdadeira, todos os cidadãos devem ter a oportunidade de serem representados. Isso inclui aqueles que vivem fora do país. A diáspora é parte integrante da sociedade angolana e suas necessidades e preocupações devem ser consideradas no processo legislativo. A Constituição de Angola e os princípios democráticos universais defendem a igualdade de direitos para todos os cidadãos. Privar à diáspora o direito de ocupar assentos no Parlamento é uma violação desse princípio fundamental.
O que podemos esperar dos angolanos da diáspora:
1. Inovação e novas ideias: A exposição a diferentes culturas e sistemas pode trazer novas ideias e abordagens para resolver problemas antigos. A diáspora pode introduzir práticas bem-sucedidas de outros países que poderiam ser adaptadas ao contexto angolano.
2. Diversificação do debate político: A inclusão de deputados da diáspora pode diversificar e enriquecer o debate político, trazendo novas vozes e perspectivas que desafiem o “status quo” e promovam a pluralidade de opiniões.
3. Transparência e responsabilidade: A diáspora poderá trazer um forte compromisso com a transparência e a responsabilidade, valores que são frequentemente enfatizados em democracias consolidadas. A sua presença no Parlamento pode ajudar a promover uma cultura de maior responsabilidade e integridade no governo.
4. Fortalecimento das relações internacionais: Deputados da diáspora podem actuar como pontes entre Angola e outros países, facilitando parcerias internacionais e atraindo investimentos estrangeiros. A sua compreensão das culturas e mercados internacionais pode ser um activo valioso para o desenvolvimento económico do país.
5. Empoderamento e engajamento da diáspora: A inclusão política pode incentivar um maior engajamento da diáspora nos assuntos nacionais. Isso pode resultar no aumento das remessas, investimentos e projectos de desenvolvimento comunitário, beneficiando directamente o país.
6. Advocacia global: Deputados da diáspora podem defender os interesses de Angola em fóruns internacionais, promovendo uma imagem positiva do país e atraindo atenção para questões importantes.
No contexto dos principais partidos, como o MPLA e a UNITA, é essencial que reconheçam a importância da diáspora não apenas como eleitores, mas como cidadãos activos e engajados. A diáspora não pode continuar a votar nesses partidos apenas para ser esquecida após as eleições. A inclusão de representantes da diáspora nas listas de candidatos destes partidos seria um passo importante para garantir que os interesses dos angolanos no exterior sejam devidamente representados.
A Frente Patriótica Unida e a Sociedade Civil
A Frente Patriótica Unida define-se como uma representação da sociedade civil angolana. Se a FPU realmente pretende representar a sociedade civil em sua totalidade, é imperativo que reconheça a diáspora como uma parte integrante dessa sociedade. A diáspora angolana, com sua diversidade e riqueza de experiências, faz parte da sociedade civil e merece um espaço na arena política.
A inclusão da diáspora na Frente Patriótica Unida reforçaria a legitimidade da FPU como uma verdadeira representante da sociedade civil angolana. Isso também enviaria uma mensagem clara de que a FPU está comprometida com a inclusão e a representatividade de todos os cidadãos angolanos, independentemente de onde residam. Termino e passo a bola ao… MPLA e à UNITA.